terça-feira, 12 de novembro de 2013

Museu de Artes e Ofícios exibe exposição: "Oratórios - relíquias do barroco brasileiro"

Peças emblemáticas no cotidiano dos brasileiros, os artefatos representam as raízes da arte e fé do povo brasileiro. 
Oratórios revelam a saga do desbravamento do Brasil colônia


Chega a Belo Horizonte uma exposição que tem encantado católicos e apreciadores da arte: 'Oratórios – Relíquias do barroco brasileiro', que ficará em cartaz até 6 de janeiro no Museu de Artes e Ofícios, no Centro da capital. A mostra reúne 115 peças, entre oratórios, objetos e imagens sacras dos séculos 17 a 20 pertencentes ao Museu do Oratório, que funciona em Ouro Preto.
Merecedor de considerações respeitosas do público e de especialistas, o conjunto reúne trabalhos surgidos da soma de fé, arte e artesanato, revelando a fusão de contribuições africanas, portuguesas e indígenas para a cultura e a vida social brasileira.
As peças integram o núcleo dedicado a mostras itinerantes do Museu do Oratório. Curadora da mostra, Ângela Gutierrez explica que se propõe o mesmo percurso oferecido nas visitas ao acervo permanente da instituição ouro-pretana. O roteiro começa com oratórios de viagem – pequenas peças simples, que revelam a fé popular, carregadas na bagagem em deslocamentos em viagens áridas por terras hostis do Brasil colônia.
Em outra etapa do acervo vêem-se peças eruditas e elaboradas, comprometidas com estilos de época, mostrando o quanto a religião se fazia presente em contextos abastados. A colecionadora Ângela Gutierrez explica que ali estão trabalhos representativos de cada setor da sociedade que carregam histórias.

Papa 

Um dos oratórios que têm chamado a atenção traz Nossa Senhora do Rosário e é atribuído a Francisco Xavier Servas (1720 –1811), nome importante do barroco mineiro. Em 1997, ele ficou no quarto ocupado pelo papa João Paulo II, durante visita ao Brasil. O oratório foi escolhido por Ângela Gutierrez a pedido do cardeal dom Eugênio Salles. “Selecionei um bem mineiro, bonito e erudito. Barroco clássico”, conta ela. Outra atração é a casa de Santo Antônio, datada do século 19, encontrada no Rio de Janeiro e recém-inserida no acervo. “É uma peça curiosíssima. Não vou dizer mais nada porque quero que as pessoas a vejam ao vivo”, provoca a curadora. 
Este ano, a exposição passou pelo Centro Cultural Metropolitano de Quito (Equador) e pelo Museu Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, integrando a programação oficial da Jornada Mundial da Juventude ao lado da mostra Tesouros do Vaticano. 
A grande empatia despertada pela exposição em vários países não se deve, necessariamente, ao fato de ser arte ligada à religião, observa Ângela Gutierrez. “A magia dos oratórios seduz qualquer observador, estudioso ou não, tenha fé ou não. O fato de serem objetos religiosos é parte da simpatia que despertam. Oratórios emanam energia diferente. Em volta deles há um clima especial, que, para mim, vem da fé depositada no sagrado”, argumenta Ângela Gutierrez, dizendo-se “católica, mineira e com santo de devoção”.

Dia do Barroco 

Ângela Gutierrez considera importante o recém-instituído Dia do Barroco, que passa a ser comemorado em 18 de Novembro. “Temos 65% do patrimônio tombado e a celebração reflete essa situação”, argumenta. Com relação aos temas que gostaria de ver lembrados nessa data, a colecionadora aponta a necessidade de recuperação e preservação do patrimônio.
“Não se trata de um tema esquecido. Todo mundo ligado à questão pensa nisso o tempo todo”, avisa ela, lembrando que recuperar e preservar é processo caro, demorado e que exige mão de obra qualificada. “Gostaria que as pessoas – não estou falando só do poder público – se envolvessem com essa questão. Só a comoção geral é capaz de fazer com que as coisas se desenvolvam com mais rapidez”, conclui.

Quinze anos

Criado em Ouro Preto (MG) há 15 anos, o Museu do Oratório já superou 1 milhão de visitantes. Seu acervo reúne 162 oratórios e 300 imagens. Pequenos retábulos de uso particular, os oratórios se originaram nos primórdios da Idade Média e chegaram ao Brasil por meio do colonizador português, espalhando-se por fazendas, senzalas e residências.

Informações sobre a exposição:
"ORATÓRIOS – RELÍQUIAS DO BARROCO BRASILEIRO"
Local: Museu de Artes e Ofícios.
Endereço:Praça da Estação, s/nº, Centro, BH
Fone: (31) 3248-8600. 
Dias e horários: 
Terça e Sexta-feira, das 12h às 19h; 
Quarta e Quinta-feira, das 12h às 21h; 
Sábado, Domingo e feriado, das 11h às 17h. 
A exposição ficará até o dia 06 de Janeiro/2014. 
Entrada franca.

Confira mais imagens em:
http://divirta-se.uai.com.br/app/galeria/2013/11/12/interna_galeria,1194/museu-de-artes-e-oficios-exibe-exposicao-de-oratorios.shtml

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