quinta-feira, 31 de outubro de 2013

As musas gregas

“Nove filhas nascidas do grande Zeus: 
Glória, Alegria, Festa, Dançarina, 
Alegra-coro, Amorosa, Hinária, Celeste
E Bela–voz que dentre todas vem à frente, 
Insuflaram-me um canto divino, 
Para que celebrasse o que será e o que antes houve 
E a Elas primeiro e por último sempre irei cantar...” 
Hésiodo, Teogonia
Musas dançando com Apolo por Baldassarre Peruzzi

Calíope: seu nome significa Bela Voz
Detalhe do quadro As Musas Urânia e Calíope de Simon Vouet

Clio: seu nome significa A Proclamadora

Clio, por Pierre Mignard


Érato: seu nome significa Amável
Érato - Painel em carvalho de Simon Vouet

Euterpe: seu nome significa A doadora de prazer
Euterpe por Egide Godfried Guffens (Bélgica, 1823-1901)

Melpômene: seu nome significa A poetisa

Polímnia: seu nome significa A de muitos hinos
Polimnia por Francesco del Cossa, 1455-1460.

Tália: seu nome significa A que faz brotar flores
 La musa Talía, Galleria Corsini, Florencia

Terpsícore: seu nome significa A rodopiante
Terpsícore óleo sobre tela de Jean-Marc Nattier 1739

Urânia: seu nome significa A celestial
Urania tthe Muse of Astronomy
As Musas, padroeiras das artes, ciências e memórias
por Mirella Faur

Nos textos antigos as Musas apareciam como deusas das fontes de inspiração, posteriormente lhes foram atribuídas a regência da música, dança, poesia, teatro e ciência. A sua genealogia difere em função dos autores, a mais comum as considera filhas de Zeus e Mnemosine, a deusa da memória, nascidas no sopé do Monte Olimpo após um amor de nove noites do casal divino. No inicio cultuavam-se três Musas no Monte Helicon: Mélete (a meditação), Mneme (a memória) e Aede (o canto) e outras três em Delfos: Nete, Mese e Hipate, correspondendo às cordas da lira. Outros cultos surgiram e seus nomes foram mudados até estabelecer-se a versão final, que descreve nove arquétipos com nomes diferentes.
As Musas eram cultuadas em diversos lugares na Grécia com festivais chamados Museai, em que se faziam competições de poesia, teatro, música e lhes eram ofertadas frutas, leite e mel. Como incentivadoras dos aspectos sutis da mente humana, elas foram invocadas durante milênios por poetas, artistas, músicos, escritores, pintores, considerados felizes afilhados das Musas, pois ao expressar e compartilhar seus dons esqueciam-se as preocupações e pensamentos sombrios.
Foram as Musas que ensinaram a arte do diálogo, inspiraram a diversidade dos hinos que glorificavam divindades e atos heróicos, conferiram o dom da clarividência (dádiva por elas recebida da sua mãe Mnemosine) e a capacidade do esquecimento seletivo, das tristezas, aflições e sofrimentos (lesmosine). Esquecer é um mecanismo de proteção, um dom divino assim como é a memória; porém, mesmo aparentemente esquecidas, as lembranças do passado permanecem escondidas na mente subconsciente e nos registros do corpo, podendo ser resgatadas, integradas ou transmutadas.
O culto das Musas iniciou-se na Trácia de onde se espalhou na Beócia e para o restante da Grécia; inúmeros santuários foram erguidos para o seu culto, e as fontes de Castália e Parnasso foram a elas consagradas. Em muitos dos seus templos também se cultuavam as Cárites, ou Graças: Aglaia (a Gloriosa), Eufrosina (a Alegria) e Tália (a Fartura), todas sendo saudadas com poemas e libações de mel e leite. Em Roma as Musas eram chamadas de Camenes –“agradáveis cantoras” – e descritas passeando envoltas em nuvens, acompanhadas por Apolo coroado de louros e tocando a lira.
Hesíodo era um simples pastor grego, agraciado pelas Musas com o dom da poesia e a capacidade de ver o passado, presente e futuro. Ele tornou-se o porta-voz delas e como gratidão cantou em versos seus nomes, apresentação e atributos, descritos a seguir.
Calíope era a mais velha, associada com filosofia, eloquência e poesia épica, considerada a mãe do poeta Orfeu e do músico Linus, gerados com Apolo.Seu emblema era uma tabuleta de cera e um burilo, às vezes um rolo de pergaminho ou livro.
Clio introduziu o alfabeto fenício na Grécia, regia a poesia heroica e a história, incentivando a exaltação da gloria. Seu emblema era uma prateleira de livros e um rolo de pergaminho.
Erato era a Musa da poesia lírica e erótica, seu nome significando “Amorosa”, seu dom sendo o amor. Era descrita segurando uma lira. Euterpe, trazia alegria e prazer a todos que ouviam seu canto, seu nome significando “Deleite”. Regia a poesia lírica e a música, seu emblema sendo uma dupla flauta por ela criada.
Melpomene regia a tragédia, cuja máscara ela segurava junto com uma espada.Usava coturnos, sapatos usados pelos atores trágicos, uma coroa de folhas de hera e seu nome significava “Coro”, pois ela incentivava os ouvintes a cantarem junto com ela.
Polímnia (ou Polihímnia) era a padroeira dos hinos sagrados, da eloquência e da dança.Apresentava-se como uma mulher séria, sem emblemas, envolta em um manto, em postura meditativa, com um dedo nos lábios recomendando silenciar para ouvir.
Terpsicore, a Musa da dança, do drama e da poesia lírica segurava uma lira e ficava sentada. Era a mãe das Sereias, geradas com um deus do rio e que agraciava seus discípulos com o dom do canto e da dança.
Tália (seu nome era igual a uma das Cárites) presidia a comédia, a poesia alegre e lírica, bem como as ocupações e festividades rurais.Era representada segurando uma máscara cômica e um cajado de pastor ou uma guirlanda de hera.
Urânia era a Musa da astronomia, astrologia, filosofia e do amor universal, representada vestida com um manto bordado com estrelas, olhando para o céu, com um globo na mão esquerda e um bastão na mão direita. Seu nome significava ”Celeste” por elevar seus discípulos a níveis sutis e prever o futuro pela posição das constelações.
Desde os tempos antigos reverenciava-se a Memória como sendo uma Deusa, pois da sua união com o pólo masculino nasceu a inspiração e a criatividade. A memória nos liga ao passado, a lugares e pessoas, sendo a guardiã da nossa personalidade, pois sem as nossas lembranças não saberíamos quem somos, nem o que nos diferencia dos demais.
A arte de contar histórias baseia-se na memória e era o único meio usado durante milênios para preservar e transmitir histórias e lembranças ancestrais. Com o advento da industrialização e os avanços tecnológicos, a memória tornou-se menos importante, pois as informações passaram a ser guardadas em livros e atualmente nos computadores; assim a arte de contar histórias tornou-se obsoleta. Porém, ela está ressurgindo aos poucos no compartilhar dos eventos pessoais, nos espetáculos ao vivo, nos encontros de grupos e nas atividades criativas. Para resgatar e honrar o dom da deusa Mnemosine e as artes das Suas filhas, nós mulheres, herdeiras das contadoras de histórias e das lembranças ancestrais, precisamos nos reunir cada vez mais em grupos e círculos, partilhando nossos mitos e histórias pessoais, entremeadas com danças, canções, artes e poemas.
A Musa vive dentro de cada uma de nós como uma necessidade de expressar a criatividade e o prazer estético. A atividade criativa manifesta idéias e visões através de um meio físico, o prazer estético sendo a apreciação das realizações humanas com imagens belas e simbólicas. As Musas nos ajudam a descobrir nossas formas internas e manifestá-las no mundo externo e, dependendo das nossas opções, podemos cultivar algumas das infinitas possibilidades que elas nos oferecem.
Por nosso intermédio e usando nossos talentos inatos as Musas alcançam o seu propósito: celebrar a beleza, a harmonia e o mistério. A Musa habita em nós independentemente das formas e meios com que iremos expressar a nossa criatividade; depende de nós dar-lhe as boas vindas em cada ato, gesto e ação do nosso cotidiano. Além da habilidade, precisamos ter a visão daquilo que desejamos criar e através de uma escuta ativa e conexão voluntária, aprimorarmos nossas idéias e realizar objetivos criativos, artísticos ou filosóficos. Devemos vencer dúvidas e medos, permanecer no nosso centro, confiar e buscar o aperfeiçoamento e desenvolvimento pessoal.
A Musa mora em nosso coração e mente, nos desejos, sonhos, esperanças e visões e nos sustenta em nossa caminhada e evolução se buscarmos sua ajuda e a reverenciarmos e invocarmos antes de iniciar um projeto intelectual ou uma atividade criativa.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Abelha, a xamã da flor

A ABELHA 
APRENDIZADO
Carta VI

Uma flor branca desabrocha num jardim mágico. Essa adorável flor branca é o coração da alma humana. A Abelha está associada às escolas de mistérios e sociedades de soberania matriarcal. Em geral, a audaciosa Abelha é simbolizada por Vênus. O valor mágico do número 6 é associado às abelhas porque as operárias virgens ao construir o favo de mel, criam hexagramas. As abelhas trabalham incansavelmente pelo bem comum. Sabem que o caminho das próprias vidas ruma para um nobre propósito.
A Abelha conhece várias propriedades naturais da geometria sagrada e usa esse conhecimento de maneiras notáveis. Esse grande matemático usa a geometria sagrada em padrões de voo e na criação do favo de mel. A Abelha é um operário inspirado e simboliza a busca pela doçura espiritual. A Abelha procura as flores perfumadas assim como os aprendizes procuram a verdade espiritual. Há muito tempo, antes de uma pessoa se tornar aprendiz de qualquer doutrina espiritual, ela aprendia primeiro a reunir-se com as abelhas.
Ouvimos a aprendemos o seu mantra de zumbidos. Escutamos o que elas têm a dizer sobre o caminho do aprendiz. Se o conselho da Abelha for sim, um som doce, como o som que a Abelha faz, despertará no fundo do seu íntimo. É um som alegre, e os lábios, o coração, a mente, o corpo e a alma sorriem.
A Abelha é a xamã da flor. A Abelha cumpre as suas tarefas singulares de acordo com uma multiplicidade de seres. A Abelha ensina a cooperação com os outros, e possui uma compreensão inata do bem para toda a tribo. Por essa e outras razões, as abelhas personificam a essência do espirito do aprendizado. Assim como um aprendiz procura o mel espiritual, a Abelha recolhe e compartilha a doçura de maneira similar. 

O mundo está mudando. As abelhas e borboletas negligenciam o desabrochar. A Abelha pede que você encontre o doce perfume da rosa mística. Aprendizado significa procura. Aprendizado significa treinamento espiritual. Significa aprender o caminho. Primeiro, você deve encontrar o mestre espiritual interior. O verdadeiro mestre espiritual o acolherá com bondade e amor - um amor que incendeia o universo inteiro.  O ensinamento da Abelha é o coração aberto. É o segredo oculto na flor das flores. É a boa estrada para o bom lugar - o lugar do eu desperto, livre da ignorância.


Fonte: Oráculo 2013 - David Carson & Nina Sammons - ilustração de Gigi Borri

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Aprendendo a jogar

http://tvg.globo.com/novelas/joia-rara/capitulo/2013/9/20/ernest-chantageia-amelia.html
imagem: Manfred (Carmo Dalla Vecchia)
Sempre que Manfred, personagem vivido por Carmo Dalla Vecchia na novela Jóia Rara (que eu assisto mais pela Pérola e pelos monges do que pelo restante do elenco), entra em ação com suas "traquinagens de menino invejoso" e tão logo estas traquinagens o levam a conseguir aquilo que ele tanto desejava, eis que surge como pano de fundo para coroar suas maldades, a música Aprendendo a Jogar de Guilherme Arantes na voz de Elis Regina.



E quem de nós, nesta vida de meu Deus, que não teve ou não tem, que aprender a jogar muitas e muitas vezes...


Mais Maldades Manfredianas:

domingo, 20 de outubro de 2013

Uma bandeira, um prato típico

Para promover um festival de comida na Austrália, uma agência de propaganda criou algo bem original.
As bandeiras de alguns países foram recriadas em pratos típicos.
Coloquei acima da imagem de cada um destes "pratos típicos", a bandeira original do país a título de comparação, mas o que vale realmente é a criatividade.

TAILÂNDIA
Bandeira da Tailândia
sweet chilli, coco ralado, caranguejo azul
TURQUIA
 Manjar turco

CORÉIA DO SUL
Coréia do Sul

 Kimbap e molhos

ITÁLIA
Bandeira da Itália

manjericão, macarrão e tomate


Veja mais em:

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Cheiro de chuva

imagem: dia de chuva 17/10/2013 - arquivo pessoal

Hoje,  enquanto voltava da academia à pé, senti aquele cheiro gostoso da chuva e quando passei próximo a um jardim cheio de folhas verdes, percebi que aquele aroma, que já era bom, ficou ainda mais delicioso. 
Duas coisas me vieram à mente neste instante.
Primeiro, no quanto as pessoas gostam de reclamar pois, nem bem começou a chuva e já tem gente dizendo: Ah, não! Será que vai chover no final de semana também? (como conheço o "reclamão", tenho certeza de que ele não tem nada de tão importante assim para fazer) e segundo, de onde vem ou o que é este cheiro tão bom.
Me senti grata por poder sentir este aroma inebriante e pela chuva em si, mas logo me veio a pergunta: será que este cheiro tem nome?
E não é que tem!
Seu nome é Petricor: 

(do grego petros, "pedra" + icor, "fluido eterno") é o nome do aroma que a chuva provoca ao cair em solo seco. O termo foi cunhado em 1964 por dois pesquisadores australianos, Bear e Thomas, para um artigo na revista Nature. No artigo, os autores descrevem como o aroma deriva-se de um óleo exsudado por certas plantas durante períodos de seca, que é então absorvido pela terra e pedras argilosas. Durante a chuva, o óleo desprende-se no ar juntamente com outro composto, a geosmina(*), produzindo um cheiro característico. Em uma continuação do artigo publicada em 1965, Bear e Thomas demonstraram que o óleo retarda a germinação de sementes e a fase de crescimento inicial das plantas.(Wikipedia).

Geosmina,o perfume da terra

Um dos compostos que são liberados juntos com os óleos das plantas é a geosmina. O “perfume da terra” é uma substância química produzida por classes de micro-organismos como as actinobactérias (esporos de bactérias) e as cianobactérias (algas verde-azuladas). A geosmina é liberada no ar quando a força da chuva bate no solo e faz essas bactérias soltarem o composto de seus esporos. A substância corresponde também ao cheiro que sentimos quando mexemos na terra.

Continue lendo em:

Finalizando, quem de nós nunca se pôs no lugar de Gene Kelly e não teve vontade de fazer o mesmo que ele fez...



Adorável!



http://www.megacurioso.com.br/fenomenos-da-natureza/36329-o-cheiro-bom-da-chuva-e-um-resultado-quimico-ou-cultural-.htm

http://www.youtube.com/watch?v=D1ZYhVpdXbQ

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Música indiana em BH com o Duo Gundecha Brothers - dias 15 e 16 de Outubro/2013

imagem: Gundecha Brothers

Dedicado ao canto dhrupad – tradição da arte indiana –, o duo Gundecha Brothers chega a BH para fazer recitais e ministrar um workshop. 
O equilíbrio entre voz, mente e corpo é a base da música que Umakant e Ramakant divulgam pelo mundo. O duo gravou 30 discos e se apresentou em 25 países. 

Programação:
Hoje, dia 15 de Outubro às 19h30, Gundecha Brothers faz recital no Restaurante Maharaj 
Rua Paraíba, 523, Bairro Funcionários
Ingressos custam R$ 60,00.
Informações: (31) 3055-3836.

Quarta-feira, dia 16/10, o duo ministra workshop e faz show, às 18h e às 20h30, respectivamente, na Fundação de Educação Artística .
Rua Gonçalves Dias, 320, Bairro Funcionários.
Inscrições para as duas atividades custam R$ 120,00.
Informações: (31) 3226-6866.




Fonte:http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/musica/2013/10/15/noticia_musica,147412/direto-da-india.shtml

sábado, 12 de outubro de 2013

Vamos voar?

Águia...
Voe alto,
e toque o Grande Espírito.

Partilhe comigo sua energia...


A magia da Águia é o presente que concedemos a nós mesmos para mantermos sempre em mente a lembrança da liberdade existente no céu. A Águia deseja que você permita a si mesmo gozar a liberdade segundo os desígnios de seu coração, e para encontrar a felicidade que ele ambiciona.





quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Cicloturismo - um passeio pelas Minas Gerais

Acabei de assistir ao último episódio do programa Mais Ação especial Estrada Real Ciclo do Diamante, e como não podeira deixar de ser, me apaixonei um pouco mais por minha terra. 
A beleza das montanhas, a gente simples e hospitaleira, a beleza das igrejas e casarões...
Por tudo isso, Minas Gerais é uma terra abençoada.
Confira!



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